A tartaruga e a lebre
– Vamos apostar quem chega primeiro lá onde fica aquela árvore? – perguntou a tartaruga à lebre.
A lebre riu dela:
– Você está louca? Vagarosa como você é! Está se lembrando que sou um dos animais mais rápidos que existem?
– Estou, sim. E continuo apostando.
A lebre sabia que era capaz de chegar até a árvore em quatro pulos.
– Está bem. Depois não diga que não avisei.
Combinaram um prêmio e a lebre deixou a tartaruga partir.
Pastou, escutou de que lado vinha o vento, dormiu – e enquanto isso a tartaruga ia indo, no seu passo solene. Tinha consciência de sua lentidão e, por isso, não parava de andar.
– Essa aposta é indigna dos meus dotes – pensava a lebre.
– Para a vitória ter algum valor, só saindo no último instante.
Afinal, quando a tartaruga estava quase chegando ao fim combinado, partiu como uma flecha.
Tarde demais. Quando chegou, a tartaruga já estava lá. Teve que lhe entregar o prêmio e, por cima, dar os parabéns.
Mais vale um trabalho persistente do que dotes naturais mal aproveitados.
GÄRTNER, Hans; ZWERGER, Lisbeth. 12 fábulas de Esopo. São Paulo: Ática, 1999.
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