in: http://www.editoradobrasil.com.br/educacaoinfantil/material_de_apoio/formacao.aspx
Para a Leitura com os alunos do 5º ano
A formação moral e o combate ao bullying na Educação Infantil
Projeto: A literatura infantil desenvolvendo a formação moral e combatendo o bullying.
Há necessidade de que a escola perceba que a mesma importância e responsabilidade
que tem em formar os sujeitos para o trabalho, ela também tem na formação
de cidadãos éticos e participativos, buscando um sentido para suas
vidas, e que possam, também, ter um sentido na coletividade.
Objetivos do projeto
- Formar leitores.
- Desenvolver a educação moral dos alunos.
- Combater o bullying.
Justificativa
O bullying, na atualidade, é uma das maiores preocupações dos educadores. Esse termo, em inglês, refere-se a um conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento e executado dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima.Atinge um grande percentual de alunos (mais de 40% dos estudantes) e apresenta-se na forma de múltiplos atos: apelidar, agredir, difamar, ameaçar, pegar pertences, humilhar, além dos comportamentos que utilizam ferramentas da internet e de outras tecnologias de informação e comunicação para causar sofrimento às vítimas.
Sejam presenciais ou virtuais, as consequências de uma vida em torno do bullying podem ser graves, pois, para as vítimas, o sofrimento atua de maneira a produzir traumas severos, uma vez que “fora dos muros da escola, um jovem que sofre intimidação pode escolher trocar de grupo ou companhia, mas dentro da sala de aula é obrigado a conviver com seus companheiros durante todo seu percurso escolar”. (CONSTANTINI, Alessandro. Bullying – como combatê-lo?. São Paulo: Italia Nova, 2004. p. 74).
É necessário que, no centro dessa reflexão, o bullying seja visto e reconhecido, pois, caso contrário, corre-se o risco de que o desconhecimento torne os olhos dos educadores cegos, com dificuldade de reconhecê-lo e, consequentemente, sem condições de combatê-lo.
Para acabar como esse problema na escola devemos nos preocupar com os sentimentos das crianças, assim como os julgamentos que fazem de certo e errado. Na atualidade tem se tornado cada vez mais difícil ensinar às crianças o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado. Ações educacionais baseadas nessas certezas contribuem para educar moralmente as crianças, assim como transformá-las em sujeitos éticos.
“O olho vê, a lembrança revê e a imaginação transvê.” –
Manoel de Barros
Manoel de Barros
Buscando encontrar meios de combater o bullying na escola com base no desenvolvimento de valores morais
sólidos, propomos um trabalho que tenha como foco a literatura infantil,
visto que estes textos são capazes de criar situações oportunas para
a discussão acerca de valores morais, sentimentos e atitudes necessárias
para uma convivência saudável, pacífica e solidária.
Compõem o projeto
23 livros de literatura infantil da Editora do Brasil;orientações sobre os temas formação moral e combate ao bullying associadas aos livros indicados;
boletim do Projeto Ler mais no Ensino Fundamental, com orientações sobre como trabalhar com literatura infantil e fazer a formação de leitores.
Causas do bullying
Alguns comportamentos são apontados como desencadeadores de práticas de bullying, seja na posição de agressor ou alvo. São eles:Baixa autoestima
Para trabalhar esta questão podemos fazer uso do livro A tartaruga infeliz,
de Therezinha Casasanta. Nele, uma tartaruguinha que não gosta de seu
físico descobre o que nos ensinou o poeta: cada um sabe a dor e a
delícia de ser o que é.
“Bilila não gostava de sua figura. Não gostava do
seu casco duro e escuro. Desejava ter pelo macio e bonito como o de
alguns animais.” (p. 4)
Professor, muitas vítimas de bullying têm
baixa autoestima. Com base nesse texto, promova discussões sobre
autoaceitação, destacando com os alunos que todos têm pontos positivos.
Destaque como Bilila descobriu isto, mostrando que todos podem encontrar
seus aspectos positivos e de seus colegas.
Ver o outro como agressor
Muitas crianças veem nos outros a possibilidade de
serem futuros agressores. Com medo de se tornarem vítimas, terminam,
elas mesmas, assumindo o papel de agressor. Para ajudá-las a entender
essa questão, utilize o livro O mistério da bola de espinhos, de Nye Ribeiro.
“– É, acho que nós sempre temos medo de quem ainda não conhecemos direito...” (p. 22)
Professor, promova com os alunos situações nas
quais a turma possa se conhecer melhor. Muitas vezes, nessas atividades,
os autores de bullying descobrem que seus alvos têm muitas coisas parecidas com eles. Isso pode ajudar a diminuir a vitimação na escola.
Não utilização do diálogo para resolução de conflitos
As crianças, de modo geral, não utilizam a conversa
para a resolução de conflitos. É comum que, por motivos fúteis, os
alunos agridam, batam, utilizem de variadas manifestações violentas para
resolver problemas na escola. O livro A gargalhada do Jacaré, de Elza César Sallut, mostra que podemos utilizar a fala para resolver, de forma pacífica, nossas diferenças.
“– Hum-hum... é verdade. Sou muito bravo. Mas... posso deixar de ser bravo por alguns instantes.” (p.7)
Professor, destaque para os alunos o momento em
que o Jacaré procurou os macacos para perguntar-lhes o que havia
acontecido. É importante eles perceberem que foi por causa do diálogo
que estes ficaram mais felizes.
Percepção de que tem poder
Algumas crianças acreditam que têm mais poder que
as outras. Às vezes, esse poder é legitimado por uma condição financeira
privilegiada em relação aos demais colegas, porque é maior fisicamente,
porque é mais popular etc. Não há uma justificativa única para que
alguns alunos se coloquem numa condição superior de poder.
Essa questão pode ser ilustrada por meio do livro O Jacarezinho egoísta, de Chlóris Arruda de Araújo. Com essa obra, podemos levar às crianças a uma importante reflexão acerca do que acontece quando alguém resolve fazer uso demasiado do poder.
A solidão, por exemplo, pode ser uma consequência desse fato. É importante os alunos perceberem que ser um valentão traz, necessariamente, alguns prejuízos a quem faz essa opção.
Essa questão pode ser ilustrada por meio do livro O Jacarezinho egoísta, de Chlóris Arruda de Araújo. Com essa obra, podemos levar às crianças a uma importante reflexão acerca do que acontece quando alguém resolve fazer uso demasiado do poder.
A solidão, por exemplo, pode ser uma consequência desse fato. É importante os alunos perceberem que ser um valentão traz, necessariamente, alguns prejuízos a quem faz essa opção.
"Quando o Jacarezinho estava na lagoa, ninguém
mais lá podia ir, nem mesmo de longe, pois o valentão, sozinho, tomava
conta de tudo, fazendo muitos desaforos e brigando com todo mundo. Era
mau e egoísta.” (p.3)
Professor, leia este livro com os alunos,
destacando os prejuízos enfrentados pelo Jacarezinho ao assumir a
posição de valentão. A lagoa do Jacarezinho ficou seca. Conosco acontece
a mesma coisa. Quando assumimos a posição de valentão, nossa vida fica
“seca” de amizade, carinho, afeto... Seca de coisas que podem nos deixar
mais felizes e aos outros também.
Individualismo
Na atualidade, as pessoas estão cada vez mais
centradas em suas próprias vidas, interesses, necessidades. Isso vem
gerando fragilidade nas relações, de modo que a solidão vem tomando
conta do coração das pessoas.
O livro A redoma invisível, de Therezinha Malta e Inhandjara da Silva Yamamura, traz uma bonita reflexão sobre esse problema, que contribui para o aumento do bullying na escola. Quanto mais o sujeito estiver centrado apenas em sua vida, mais probabilidade terá de causar sofrimento ao outro, visto que não o reconhece como sujeito que necessita de cuidado.
O livro A redoma invisível, de Therezinha Malta e Inhandjara da Silva Yamamura, traz uma bonita reflexão sobre esse problema, que contribui para o aumento do bullying na escola. Quanto mais o sujeito estiver centrado apenas em sua vida, mais probabilidade terá de causar sofrimento ao outro, visto que não o reconhece como sujeito que necessita de cuidado.
“Numa redoma invisível, foi o terráqueo encerrado,
e lhe tem sido impossível sentir o vizinho ao lado; por mais que tenha
vontade, não pode estender-lhe a mão... Para esta dura realidade, qual
será a solução”? (p. 12)
Professor procure, com os alunos, a solução para
o problema da individualidade dos terráqueos. Mostre-lhes alguns
indicadores de comportamentos individualistas. Na escola, um exemplo
desse tipo de comportamento é sujar o pátio desnecessariamente, sem se
importar com quem fará a limpeza. Isso ajudará a desenvolver empatia nas
crianças.
Exposição a cenas violentas e utilização de brinquedos que incitem a violência
É comum encontrarmos crianças utilizando brinquedos
que lembram armas de verdade. Frequentemente crianças apontam armas
umas às outras, “matam” os colegas nas brincadeiras de polícia e ladrão e
fazem uso de espadas para intimidar “seus inimigos” no faz de conta.
Esses atos levam à banalização do uso da arma, o que, consequentemente,
vem a aumentar o índice da violência dentro e fora da escola. Para
superar esse problema, utilize o livro O boneco da paz, de Telma
Guimarães Castro Andrade, despertando nas crianças a necessidade de
reconhecer outros tipos de brinquedos e brincadeiras.
Manifestações do bullying
Difamação
A fofoca é uma manifestação comum do bullying,
sobretudo no praticado pelas meninas. Muitas crianças sofrem bastante
nas escolas em função de fofocas inventadas por colegas. Utilizar o
livro Dona Fofoca, de Regina Rennó, é importante para levar as
crianças a perceber como somos capazes de mudar a forma pela qual as
histórias, de fato, aconteceram.
Professor, ajude aos alunos a perceber a
consequência de uma difamação. Utilize as atividades das páginas 16 e 17
para refletir com as crianças sobre essa questão.
Exclusão
A exclusão na escola pode gerar muito sofrimento
para quem é alvo dela. Por vezes, as crianças excluem sem nem
oportunizar o entrosamento do alvo. Leia com os alunos o livro Meu amigo Etevildo,
de Telma Guimarães Castro Andrade. Nessa obra, as crianças poderão
perceber que aquele que, de repente, parece mais estranho pode ser nosso
grande amigo.
Xingamentos
Não há coisa pior do que ser rotulado, sobretudo quando os rótulos buscam nos difamar. Utilize o livro Ninguém é igual a ninguém, de Regina Rennó, para que as crianças percebam isso.
- Na página ao lado é explícito o sentimento do Paulinho diante dos xingamentos: “Paulinho, baleia, saco de areia!”
Apelidos
Os apelidos compõem o maior grupo de manifestações de bullying
na escola. De todas as práticas apresentadas, apelidar o outro
representa 54,2% delas. Para combater esse problema em sala de aula,
faça uso do livro Apelido não tem cola. Esse material ajuda as
crianças a refletirem sobre o que sentem aquelas que têm apelidos
pejorativos, enfocando o sentimento de empatia.
Professor, um exemplo desse trabalho pode ser
visto na página 19, na qual a autora pergunta como o leitor se sentiria
se estivesse no lugar da menina apelidada.
Além disso, nas páginas 24 a 30 é trabalhada a questão da aceitação dos alvos de bullying, destacando que cada um é como é.
Além disso, nas páginas 24 a 30 é trabalhada a questão da aceitação dos alvos de bullying, destacando que cada um é como é.
O livro A Bruxinha Domitila e O robô Supertudo,
de Edson Gabriel Garcia, também aborda essa questão, enfocando,
sobretudo, o ambiente escolar. Nessa obra, os alunos podem refletir
sobre algumas atitudes excludentes e humilhantes que temos diante dos
outros, percebendo que por vezes as naturalizamos, como pode ser
percebido no trecho a seguir.
“A classe recebeu a menina como toda classe recebe um
aluno novo: primeiro analisam o aspecto físico e a aparência, depois
ouvem a voz, fazem perguntas, descobrem características negativas e
procuram encontrar um bom apelido.” (p.9)
Que tal utilizar essa obra e levar os alunos a
perceberem que poderíamos, inicialmente, dar oportunidade ao novo colega
de mostrar seus gostos, hábitos, conhecimentos e atitudes fazendo
perguntas e descobrindo características positivas que nos levassem a
encontrar um novo amigo?
“Toda vez que passar por um de nós deverá
pagar um pedágio. O Valor do pedágio é um sorriso” (p. 47). Esse trecho
mostra como uma amizade pode ser construída por meio de relações
pacíficas e bem-humoradas. Ajude os alunos a perceberem que o sorriso de
um colega pode ser algo de muito valor.
Preconceito
Trabalhar o problema do preconceito é mudar culturas na escola. Por meio do livro Ri melhor quem ri... no fim!,
de Telma Guimarães Castro Andrade, os alunos conseguirão perceber que
as bases que sustentam o preconceito são muito frágeis. É importante
lembrar que o fato de haver preconceito na escola fortalece a existência
do bullying.
“No primeiro dia de aula, apenas um aluno compareceu: o burro.” (p. 11)
Professor, é importante que as crianças percebam que a anta era uma estudiosa. Essa informação nega algo que desenvolvemos com base no imaginário popular: Anta é alguém com pouca inteligência. Esse fato pode ajudar os alunos a romper outros preconceitos.
Professor, é importante que as crianças percebam que a anta era uma estudiosa. Essa informação nega algo que desenvolvemos com base no imaginário popular: Anta é alguém com pouca inteligência. Esse fato pode ajudar os alunos a romper outros preconceitos.
Outro livro bastante oportuno para abordar essa questão é O menino que tinha rabo de cachorro,
do Maurício Veneza. Por meio dessa obra, os alunos podem desenvolver
competências relacionais importantes, valorizando as pessoas por suas
atitudes e não por suas aparências.
Outro conteúdo bastante significativo tratado na obra é questão da autoaceitação. De modo geral, os alunos alvos de bullying apresentam dificuldades com a percepção que têm deles mesmo; por isso, terminam assumindo a condição de vitimação. Ajudá-los a se enxergar como alguém de valor é muito importante. A leitura dessa obra os levará a pensar que podemos ser aceitos pelos outros sendo nós mesmos.
Outro conteúdo bastante significativo tratado na obra é questão da autoaceitação. De modo geral, os alunos alvos de bullying apresentam dificuldades com a percepção que têm deles mesmo; por isso, terminam assumindo a condição de vitimação. Ajudá-los a se enxergar como alguém de valor é muito importante. A leitura dessa obra os levará a pensar que podemos ser aceitos pelos outros sendo nós mesmos.
“Assim, de descoberta em descoberta,
descobriram também que, sendo cada pessoa diferente da outra, um rabo
até que não era uma diferença tão importante assim.” (p. 22)
Professor, descobrir a si próprio e descobrir, de forma progressiva, o outro é uma importante conquista para minimizar as atitudes de preconceito e, consequentemente, de exclusão.
Professor, descobrir a si próprio e descobrir, de forma progressiva, o outro é uma importante conquista para minimizar as atitudes de preconceito e, consequentemente, de exclusão.
Intervenções de combate ao bullying
1. Desenvolvimento do respeito às diferenças
Para trabalhar esta questão podemos fazer uso do livro E não tinha briga não!,
de Márcia Glória Rodriguez Dominguez. Esse livro ensina a trabalhar a
questão do respeito às diferenças, ajudando as crianças a perceber que
podemos conviver de maneira harmoniosa com as diferenças. O velho ditado
“Brigam feito cão e gato” será negado com essa história.
Professor, use esse texto com os alunos
levando-os à percepção de que diferentes convivem de maneira harmoniosa.
A não aceitação das diferenças é um dos maiores motivos de uma perversa
prática de bullying: a exclusão.
Uma prática importante é fazer os alunos
reconhecerem os aspectos positivos uns dos outros. Para esta atividade
promova uma reflexão em torno do livro O concurso das aves, de
Telma Guimarães Castro Andrade. Nessa obra, algumas aves pensam que são
mais bonitas que outras, até que conseguem se ver como de fato são:
sujeitos que têm defeitos e qualidades.
É que narciso acha feio o que não é
espelho... Muitas crianças são extremamente narcisistas. Por se acharem
mais bonitas, mais inteligentes, mais populares que outras excluem os
colegas. Trabalho o texto do livro ao lado para que os alunos superem
esse narcisismo.
Ninguém é igual a ninguém – Regina Rennó e
Regina Otero. Nesse livro, as crianças são levadas a reconhecer que cada
um é do jeito que é. Esse fato torna a convivência mais prazerosa e
possível.
“Já pensou se todos fossem iguais? Acho que as
pessoas teriam que andar com o nome escrito na testa para não serem
confundidas com as outras.” (p. 11)
Professor, conseguir se colocar no lugar do
outro, sendo capaz de sentir seus sentimentos é muito importante. Por
meio desse livro leve os alunos a reconhecer o que sentimos quando nos
tratam mal e quando nos tratam bem.
2. Desenvolvimento de atitudes solidárias
Para trabalhar esta questão faça uso do livro Bolos gigantes, de Jonas Ribeiro. Nessa obra, o autor leva as crianças a uma importante reflexão: a solidariedade modifica a vida das pessoas.
O incentivo a paz e a solidariedade estão presentes em quase todos os programas de combate ao bullying. Esse livro, de maneira poética, ajuda às crianças a perceber como podem ser solidárias.
Com o livro Quem pegou minhas pintas?, de Telma Guimarães Castro Andrade, é possível trabalhar a questão da partilha, fundamento para a prática solidária.
“O sabido macaco preparou uma grande surpresa
para a onça sem pintas. Combinou com todos os bichos com os quais a
onça havia conversado e cada um passou um pouco de suas pintas para o
corpo do felino.” (p. 14)
3. Desenvolvimento de atitudes positivas ao convivio social
Tratar bem o outro é uma questão importante para combater o bullying, visto que estimula a convivência pacífica entre os sujeitos. Para trabalhar essa questão utilize o livro Seu Gentil, de Regina Rennó. Com essa obra, as crianças poderão refletir sobre a melhor maneira de conviver na escola.
4. Equidade de gênero
Que existem diferenças entre meninos e meninas não há dúvida.
Embora tenhamos essa certeza, devemos propor brincadeiras entre os gêneros, estimulando uma convivência saudável entre os sexos. O aprendizado da sociabilidade passa pelo contato com a diferença. Ao brincarem juntos, meninos e meninas aprendem a se relacionar, a se frustrar e valorizar a diferença. Com o Livro Menina não entra, de Telma Guimarães Castro Andrade, os alunos poderão compreender bem como “um diferente” pode fazer “a diferença”.Autoconhecimento como auxílio no combate ao bullying
As crianças não nascem com empatia e aprendem a regular suas emoções através da interação.Uma pesquisa preliminar na Universidade de Toronto sugere que as histórias podem agir como “simuladores de voo” para a vida social. Verificaram que estudantes que tinham tido maior exposição à ficção tenderam a se sair melhor nos testes de habilidade social e empatia. (Revista Mente e Cérebro, jun. 2009)
Por esse motivo, indicamos literaturas para que os alunos possam conhecer e explorar seus sentimentos e assim ter mais chances de desenvolver o autocuidado e a possibilidade de cuidar do outro. Esse cuidado está diretamente ligado ao fenômeno do bullying porque a violência é o não cuidado, é a negação do outro.
No livro Coração que bate, sente, de Regina
Otero e Regina Rennó, cria-se a oportunidade de exploração de
sentimentos e pensamentos das crianças. Por meio da personagem Juliana é
possível considerar dois momentos importantes: o primeiro é a indignação com o fato de os outros terem pensado em suas próprias dores antes de acudi-la, e o segundo é a conscientização de que a dor de cada um é de cada um.
Propõe-se assim o desenvolvimento da capacidade de ouvir o outro e de habilidades de gerenciamento de conflitos.
Propõe-se assim o desenvolvimento da capacidade de ouvir o outro e de habilidades de gerenciamento de conflitos.
Professor, por ser um livro interativo, você
terá potencializado um trabalho que envolve empatia e autoconhecimento.
Os alunos podem perceber que precisam “ouvir a voz do coração”, ouvir o
outro, pedir ajuda e não sentir vergonha do que sentem. É a abertura de
um canal fundamental na resolução de algumas situações apresentadas em
seu cotidiano.
Bullying é uma ação intencional revelada por uma inabilidade de lidar com sentimentos e expressa por meio de violência.
O livro Você pode escolher, de Regina Rennó, é uma excelente opção para refletir com os alunos sobre a composição humana: coração (afetivo), cabeça (cognitivo) e corpo (físico). Ao conhecê-la surge a possibilidade de debater sobre o poder de escolha que temos e suas consequências. Isso desenvolve a autonomia moral nos alunos.
“Quando a cabeça não pensa o corpo padece.” Este é um ditado sábio, que demonstra a relação direta entre emoção e ação.
O livro Você pode escolher, de Regina Rennó, é uma excelente opção para refletir com os alunos sobre a composição humana: coração (afetivo), cabeça (cognitivo) e corpo (físico). Ao conhecê-la surge a possibilidade de debater sobre o poder de escolha que temos e suas consequências. Isso desenvolve a autonomia moral nos alunos.
“Quando a cabeça não pensa o corpo padece.” Este é um ditado sábio, que demonstra a relação direta entre emoção e ação.
“[...] quando não há uma aprendizagem, o
sujeito recorre a ‘contar com os dedos’. No caso dos conflitos, isto
supõe deixar-se levar pelas emoções e pelos impulsos sem nenhuma
reflexão prévia, o que conduz a respostas primitivas, tais como agredir,
inibir-se para agir, esconder-se no ressentimento e respostas afins.”
(Sastre e Moreno, 2002)
“Todas as pessoas sentem todos os sentimentos, mas é o pensamento que escolhe o que fazer com o que se está sentindo.” (p. 26)
Professor, a leitura desse livro possibilita que o
aluno saiba, por exemplo, que todos nós sentimos raiva, mas podemos
decidir o que fazer com ela e escolher sentimentos que nos fazem bem.
Procure ampliar as propostas do material usando situações ocorridas em sala de aula, tomando o cuidado para não ocorrer uma exposição indevida dos alunos. Eles devem sentir-se mobilizados para deixar aflorar seus pensamentos e sentimentos.
Procure ampliar as propostas do material usando situações ocorridas em sala de aula, tomando o cuidado para não ocorrer uma exposição indevida dos alunos. Eles devem sentir-se mobilizados para deixar aflorar seus pensamentos e sentimentos.
Construção de espaço de fala como superação da violência
Para superar as situações de bullying,
torna-se necessário que a escola abra um espaço no qual os alunos possam
falar como se sentem nos conflitos interpessoais entre pares,
atribuindo valor aos outros e a si mesmos.
Para isso, faça uso do livro O menino de muitas caras, de Jonas Ribeiro e César Obeid. Nele os alunos vão perceber como o menino pequeno, um dos personagens principais da obra, desvencilhou-se das situações de vitimação. O importante é perceberem que foi a capacidade de falar sobre o que sentia que possibilitou a superação do problema.
Para isso, faça uso do livro O menino de muitas caras, de Jonas Ribeiro e César Obeid. Nele os alunos vão perceber como o menino pequeno, um dos personagens principais da obra, desvencilhou-se das situações de vitimação. O importante é perceberem que foi a capacidade de falar sobre o que sentia que possibilitou a superação do problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário